segunda-feira, 22 de março de 2010

ave de rapina
grita meu nome
chama
chama
e some;

noite, vela acesa
se consome
queima
queima
e finda

seca de magreza
vara-pau
brisa de quentura
infernal

a sede

o sexo
como ato redentor
rebenta o rebento
e toda dor

a vida nascendo
sorrateira
pra seguir caminhada
mesma maneira

sonho igual
mesma mágoa

vivendo de miragem
muita água

que fome

gado cabisbaixo
mata acinzentada
vago serra abaixo
em meio à madrugada

lanço minha sorte

pra sobreviver aqui
tem que ser
forte

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