ave de rapina
grita meu nome
chama
chama
e some;
noite, vela acesa
se consome
queima
queima
e finda
seca de magreza
vara-pau
brisa de quentura
infernal
a sede
o sexo
como ato redentor
rebenta o rebento
e toda dor
a vida nascendo
sorrateira
pra seguir caminhada
mesma maneira
sonho igual
mesma mágoa
vivendo de miragem
muita água
que fome
gado cabisbaixo
mata acinzentada
vago serra abaixo
em meio à madrugada
lanço minha sorte
pra sobreviver aqui
tem que ser
forte
segunda-feira, 22 de março de 2010
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