segunda-feira, 22 de março de 2010

ave de rapina
grita meu nome
chama
chama
e some;

noite, vela acesa
se consome
queima
queima
e finda

seca de magreza
vara-pau
brisa de quentura
infernal

a sede

o sexo
como ato redentor
rebenta o rebento
e toda dor

a vida nascendo
sorrateira
pra seguir caminhada
mesma maneira

sonho igual
mesma mágoa

vivendo de miragem
muita água

que fome

gado cabisbaixo
mata acinzentada
vago serra abaixo
em meio à madrugada

lanço minha sorte

pra sobreviver aqui
tem que ser
forte

quinta-feira, 11 de março de 2010

ando percebendo o valor do exercicio poetico no seguinte proposito:

a minha intenção era fazer um "calendario poetico", postando coisas escritas diariamente
mas vejo que nao é todo dia que aflora inspiração
pode ate ser, mas nao necessariamente em que a caneta esta em punho

e acho importante respeitar o Criador
quando ele quer, sai trova e amor
quando nao,
é minha parte, meu quinhão
canto de guerreiro de fé
protegido junto ao pai
que cresce sempre que cai
nunca esquecendo o que é

cria de vento e trovão
criva de machado aldeão
nascido em beira de rio
união de real poderio

a justiça se faz
impenetravel brigada
assim como o amor
minha casa,
minha morada

lavo contas
canto em favo
no escuro o que cavo
é a alquimia de Suas plantas

meu guardião
é meu colar
é meu chão
é meu par

dado pelo Pai
senhor celestial
que em guerra não trai
e em paz é o carnaval

meu canto é santo
busca luz
e guarnição

meu Pai é tanto
que só conduz
ao que cativa um coração
a minha toada é qual
fogo de centelha
como a pele vermelha
em paixao descomunal

tocador da noite viva
só há um que sobreviva
ao soar do meu cordel
o próprio dono do céu

canto noite parda
canto ave passageira
todo amor que tarda
chega em hora derradeira

canto belo rouxinol
faça chuva faça sol,
as notas vêm comemorar

vida de aventura
da humilde criatura
que só quer poder cantar

domingo, 7 de março de 2010

a ultima pra compensar os dias parado:

hoje vejo o poder
da senhora poesia
é ela quem me guia
pro caminho que escolher

é o seu corpo hemafrodita
sem a semente do pecado
é o divino e o aterrado
nesta festa da escrita

a visao,
que para o poeta é o principal
e traz ao verso universal
seu tom do divino;
do qual faço meu hino

eu brindo a você
mestre toda poderosa
pois seu perfume de rosa
me coloca a seu mercê,
espero de ti desbundar
todo amor, sem heresia
e te espalhando no ar
te vejo em mim, poesia
como a proposta era postar uma poesia por dia, vou correr contra os dias que nao postei!

eu agradeço ao criador
às coisas todas da vida
toda chegada e saida
todo excesso de amor

agradeço todo dia
porque dia é coisa santa
e santa é a poesia
do que vive na lembrança

meu deus! muito obrigado
pelo que me deste
porque de mim fizeste
parte do teu reinado
e como parte, vi o todo
a bênção que nos envolve
sua clemência que comove,
és a cereja e o bolo

agradeço meu bom deus
por fazer de mim seu filho
barulho de alto estrilho
que nasceu pra amar aos teus
saia de mim chama ruim
saia ja do meu pendao
nao te chamo de antemao
nem mesmo depois do fim

saia centro de fogo
de dentro do meu ser
nao quero mais jogar o jogo
de a razao sempre perder

nao quero maldade tua
nao quero ingratidao
chamo logo tranca rua
meu pai de proteçao;
que te joga balde dágua
e te apaga dentro em mim
acaba c'a coisa ruim
de choro preso e magoa

saia de uma vez
saia por bem ou mal
saia
pois sem talvez
teu reinado chegou ao final

quarta-feira, 3 de março de 2010

prá começar

Só para estrear, vou colocar algo que escrevi ontem durante a aula de processos biológicos (bem inspirador nao?!); tenho a vontade de musicar, mas vamos ver:



Ao poeta e sua Criação

de sua maestria
faço meu bordão
arrisco choro e alegria
mergulho em mar de ilusão

a visão de criança
livre de toda maldade
que aflora numa festança
regada de liberdade

ao verso,
eu rezo

certo,
eu peço

que tu por fim me baste
e todo mal afaste